sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mobilização Social: Uma forma de mudar!



Mobilização Social é o envolvimento não de um ou dois indivíduos, mas da sociedade em geral em prol de um objetivo. É a participação conjunta da comunidade, empresas, governos e organizações sociais para a erradicação de um problema social: a fome, a pobreza, a violência urbana ou doméstica, o descaso com o meio ambiente, o desperdício de energia etc.
Como fazer isso? A primeira fase parte do princípio da conscientização. Conscientizar a comunidade de que aquela atividade desenvolvida pela organização, de alguma forma, contribui para a melhoria do ambiente, das pessoas, da qualidade de vida. Mostrar que ações conjuntas, então, provocam maiores resultados ainda.

Mobilizar pessoas para uma passeata, um protesto ou um evento é fácil. Difícil é fazer com que mudem de hábitos. Um exemplo claro é a campanha contra a dengue. As propagandas veiculadas pedem que as pessoas não acumulem água parada em recipientes para não proliferar a larva do inseto. Qual a eficácia dessa campanha? Recentemente, foi divulgado que os focos de dengue só diminuem drasticamente quando esses vídeos são mostrados ao público. Ou seja, o processo de mobilização para uma causa de longo prazo é constante.


Um Grande exemplo:

No dia 7 de Setembro de 1968, enquanto Jordi Ford era eleita Miss América e, do lado de fora do teatro, uma centena de mulheres gritava lemas de protesto, a história eternizava um episódio que, na realidade, nunca aconteceu: a queima de sutiãs em praça pública. Para protestar contra a ditadura da beleza que estava sendo imposta às mulheres de seu tempo - o degradante símbolo burro-peitudo-feminino, como dizia o manifesto divulgado naquele dia - mulheres de vários estados americanos saíram às ruas de Atlantic City levando símbolos de feminilidade da época: cílios postiços, revistas femininas, sapatos de salto alto, detergentes e sutiãs. Elas organizaram uma "lata de lixo" onde todos os apetrechos seriam queimados.
Os cartazes e gritos pelas ruas de Atlantic City combatiam os caminhos daquela sociedade dominada por homens de elite, que impunha às mulheres - assim como aos negros - papéis secundários. Não é segredo que esses modelos, assim como toda a elaboração da identidade feminina, partiram da visão masculina, e não da percepção das próprias mulheres sobre si mesmas.

 
Um exemplo Local...
Recife mudou de cara com os "homens-caranguejo"

O Movimento Manguebeat surgiu em Recife, Pernambuco, no início da década de 1990.
Enquanto Recife era eleita a 4ª pior cidade do mundo para se viver, um grupo de jovens queria
tirar a cidade do coma, devolver-lhe o ânimo e recarregar suas baterias, promovendo um 'circuito
energético' capaz de conectar as vibrações dos mangues com a rede mundial de circulação de
conceitos pop. O nome era uma analogia entre a diversidade ecológica dos mangues e a
diversidade cultural de Recife. Sua imagem símbolo: uma parabólica enfiada na lama. Da lama
viriam as influências locais antenadas com as vibrações globais captadas pela parabólica. O
Movimento Manguebeat surgiu em torno da música, promovendo mistura entre ritmos locais,
como a ciranda e o maracatu, com influências da música pop, como o punk e o hip hop. Mas não
se resume à mistura entre ritmos regionais e globais, pois seu principal mote é a diversidade,
abarcando variadas manifestações. Tendo se iniciado na música, o Mangue se estendeu para
outras áreas como o cinema e a moda, formando uma "cena" em Recife. O Manguebeat expressa
as mudanças que vêm acontecendo na relação entre local e global, contribuindo também para
repensarmos conceitos mais amplos como identidade.
  
Hoje, Pernambuco consome, anda e vive os frutos deste trabalho iniciado por uns caras "loucos" que os mais tradicionais chamam de "um bando de drogados e roqueiros", mas na verdade tratava-se de pessoas com um ideal social que se basearam na obra de um grande mestre de nossa terra o medico, sociólogo e escritor Josué de Castro, Recifense que viveu a ditadura militar e escreveu obras sobre a fome numa escala mundial, através de um de seus livros "Homens e Caranguejos" foi que Chico Cience, Fred Zero Quatro, Jorge Dupeixe,  Michel Zaidan, Djalma Agripino dentre outros jovens precursores, ganharam inspiração partiram com o objetivo, não só de musica, mas de resgatar sua cidade "da lama" o usando toda força daquilo que o Recife tem de melhor... o Recifense.

"Você que está aí sentado, levante-se! Há um líder dentro de você. Governe-o, faça-o falar!"
Chico Cience